sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Difícil Mudança




              Já se cumprem mais de 100 anos da Abolição da Escravatura, da Proclamação da República. Fatos muito relevantes na história de nosso país, evolução importante em nossa política, em consonância com atos semelhantes de muitos países. Seria de esperar que a partir desses fatos tão importantes socialmente houvesse uma evolução no rumo da Democracia, da Cidadania. Entretanto o que noto com preocupação é que as velhas relações sociais evoluíram pouco, bem menos que o esperado. Ainda hoje vemos que os direitos dos cidadãos são diferentes para os "bem nascidos" e para os não tanto. Os primeiros, por já terem herdado os privilégios de sua casta nobre, estão acima da lei, das conveniências, do pecado, dos vícios, e vivem uma vida de luxo, indiferentes aos que não tiveram a mesma sorte. Aos demais pouco é oferecido. Algum eventual avanço em suas condições de vida são interpretados como descabido, fruto de ideologias esdrúxulas. E logo se trata de neutralizá-lo. A nossa Sociedade na prática organiza-se num sistema de castas. As oportunidades são diferentes, totalmente. Educação diferente, Sistema de Saúde diferente, de ganhos nem dá para pensar, tratamento em Sociedade incomparavelmente distinto. Dos próprios Governos, eleitos por todos indistintamente, espera-se que privilegiem os bem nascidos. Quando algum Governo ousa subverter essa ordem, trata-se de substituí-lo, boicotá-lo, difamá-lo, neutralizá-lo, através de aliados poderosos (políticos, mídia, e até por ingênuos e numerosos pertencentes à casta inferior que os defendem). Coisas que só o dinheiro pode comprar. Para eles é impensável gastar os recursos dos "contribuintes" com essa gentinha.
            Houve um movimento há cerca de 2000 anos que concebeu um tipo de relações humanas mais humanizado, mais fraterno, solidário, no qual o importante não era TER, mas SER. Foi muito festejado, congregando milhões de adeptos. Por ser muito avançado para a época, seu líder foi preso e morto. Olhando para esse nosso mundo atual, cristão, fico pensando se sua crucifixão não foi em vão.

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